
Rio de Janeiro (RJ) – Dez integrantes da cúpula do Comando Vermelho (CV) que estavam presos na Penitenciária de Bangu III foram transferidos na noite desta terça-feira (28) para Bangu I, unidade de segurança máxima do Estado. A ação faz parte de medidas adotadas pelo governo do Rio de Janeiro para reduzir a capacidade de comando da facção dentro do sistema prisional.
Segundo informações das autoridades estaduais, os detentos são suspeitos de continuar coordenando atos de retaliação após a operação policial nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou dezenas de mortos e detidos. O pedido de transferência para presídios federais, solicitado pelo governo do Estado, foi aceito ainda na noite de ontem.
Entre os presos transferidos estão nomes conhecidos da cúpula do CV:
Wagner Teixeira Carlos (Waguinho de Cabo Frio), Rian Maurício Tavares Mota (Da Marinha), Roberto de Souza Brito (Irmão Metralha), Arnaldo da Silva Dias (Naldinho), Alexander de Jesus Carlos (Choque / Coroa), Leonardo Farinazzo Pampuri (Léo Barrão), Marco Antônio Pereira Firmino (My Thor), Fabrício de Melo de Jesus (Bichinho), Carlos Vinícius Lirio da Silva (Cabeça do Sabão) e Eliezer Miranda Joaquim (Criam).
A transferência ocorre em meio à Operação Contenção, deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha com a participação de cerca de 2,5 mil agentes. O objetivo da ação era prender líderes do CV e desarticular a base logística da facção, que inclui rotas de tráfico e pontos estratégicos de venda de drogas.
De acordo com o governo, a mudança para Bangu I e a solicitação de transferência para unidades federais têm como finalidade dificultar a comunicação dos líderes da facção com comparsas em liberdade, impedindo a continuidade de ações criminosas nas comunidades.
A operação, considerada a mais letal do estado nos últimos anos, resultou em pelo menos 64 mortos — entre eles suspeitos de envolvimento com o CV e quatro policiais — e na prisão de 81 pessoas, segundo dados oficiais.
A Secretaria de Administração Penitenciária e demais órgãos de segurança afirmam que irão monitorar de perto a situação dentro do sistema prisional e adotar medidas para impedir que líderes de facções continuem comandando ações criminosas mesmo atrás das grades.
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