MPF determina destruição de balsas de garimpo ilegal no Rio Madeira em até 10 dias

Manaus/AM – O Ministério Público Federal (MPF) expediu uma recomendação para que as balsas de garimpo ilegal no Rio Madeira, no Amazonas, sejam destruídas em até 10 dias. A medida surge após o Greenpeace Brasil informar a existência de mais de 500 dragas operando de forma irregular na região, envolvendo centenas de pessoas em práticas que configuram crimes ambientais.

A recomendação foi publicada nesta segunda-feira (18) no Diário Oficial do MPF e tem caráter emergencial. Segundo o procurador da República André Luiz Porreca Ferreira Cunha, as embarcações são utilizadas para extração ilegal de ouro, provocando impactos ambientais significativos, como assoreamento dos rios, e riscos à saúde humana, principalmente devido ao uso de mercúrio.

“O cenário atual é calamitoso e exige ações imediatas, independentemente das medidas estruturais já previstas no procedimento criminal em curso na Amazônia Ocidental”, afirmou o procurador.

A decisão orienta que as autoridades competentes adotem medidas emergenciais para conter os danos ambientais e interromper a atividade garimpeira irregular no rio.

Operações anteriores

Mesmo após operações de combate ao garimpo, como a Operação Prensa, realizada em 30 de agosto de 2024, que destruiu 459 balsas ilegais, incluindo 100 localizadas em Terras Indígenas, a exploração no Rio Madeira segue intensa.

Em 2024, investigações conduzidas pela Funai, Polícia Federal (PF) e Ibama identificaram que garimpeiros estavam obrigando indígenas a trabalhar em condições análogas à escravidão e pagando quantias irrisórias para permitir a extração ilegal em algumas terras indígenas. As autoridades desmontaram esses esquemas e reforçaram a necessidade de fiscalização contínua.

Foto: Divulgação

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