Dois policiais militares foram condenados a 15 anos de prisão cada pela morte do jovem entregador Endrio de Souza Silva, de 20 anos, e pela tentativa de homicídio contra Josef Apurinã Cunha de Souza. A decisão foi proferida nesta sexta-feira (25), pelo Tribunal do Júri da 1.ª Vara da Comarca de Manaus.
Os réus, Stanley Lima Chaves e Davi Valdeci Praia do Nascimento, foram considerados culpados pelos crimes de homicídio simples e tentativa de homicídio, ocorridos em março de 2021, no bairro Parque Dez, zona Centro-Sul da capital amazonense.
De acordo com os autos, os dois agentes, que atuavam na Ronda Ostensiva Cândido Mariano (ROCAM), alegaram que foram acionados por um motorista de aplicativo que denunciou uma tentativa de roubo. Na abordagem, realizada na rua 02 de Agosto, comunidade da União, os policiais disseram ter sido recebidos a tiros pelos suspeitos, o que teria motivado a reação.
No entanto, o Conselho de Sentença acatou a versão do Ministério Público, que apontou excesso nos disparos e ausência de ameaça concreta por parte das vítimas. A tese da acusação sustentou que os jovens não portavam armas e que os disparos foram injustificados.
Durante o julgamento, também foi desconsiderada a alegação de legítima defesa apresentada pelas defesas dos policiais, que argumentaram estarem agindo em cumprimento do dever legal. Para os jurados, a conduta dos PMs foi desproporcional à situação enfrentada.
Endrio, que trabalhava como entregador por aplicativo, não resistiu aos ferimentos e morreu após ser baleado. Josef sobreviveu e prestou depoimento durante as investigações. Desde o início do caso, a família de Endrio afirmava que o jovem havia sido confundido com criminosos e exigia justiça.
A sentença, proferida em regime fechado, estabelece 15 anos de reclusão para cada um dos policiais. O caso gerou ampla repercussão na época e reacendeu o debate sobre o uso da força em abordagens policiais na capital amazonense.
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