Brasileira é encontrada sem vida na Indonésia após quatro dias presa em encosta de vulcão

Após quatro dias de buscas, o corpo da publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foi localizado nesta terça-feira (24/6) no Monte Rinjani, um vulcão ativo situado na ilha de Lombok, na Indonésia. A jovem havia desaparecido na última sexta-feira (20/6), durante uma trilha de três dias organizada por uma agência local de turismo.

A confirmação da morte foi feita por meio do perfil oficial criado pela família nas redes sociais para centralizar informações sobre o caso. “Com imenso pesar, informamos que a equipe de resgate conseguiu alcançar o local onde Juliana estava, mas infelizmente ela não resistiu”, dizia a nota publicada no Instagram.

Condições extremas dificultaram os trabalhos de resgate
Desde o início das buscas, as equipes de resgate enfrentaram condições extremamente adversas. O terreno acidentado, somado à altitude e ao mau tempo, dificultaram o acesso até o ponto onde Juliana havia caído. Segundo informações, a jovem sofreu uma queda de aproximadamente 300 metros, em uma encosta de difícil alcance.

As operações contaram com o apoio do governo brasileiro. O Itamaraty informou que acionou autoridades locais em alto nível, incluindo a mobilização de diplomatas brasileiros na Indonésia, para acompanhar o caso de perto e pressionar por avanços nas buscas.

Controvérsia sobre o acompanhamento durante a trilha
O acidente reacendeu discussões sobre a segurança oferecida aos turistas que percorrem o Monte Rinjani. Familiares de Juliana expressaram indignação com a administração do parque por manter a trilha aberta ao público mesmo durante os dias em que a brasileira aguardava resgate, sem água, alimento ou abrigo.

Além disso, surgiram versões contraditórias sobre a atuação do guia responsável pela trilha. Segundo relatos da família e da imprensa local, Juliana teria sido deixada para trás após demonstrar sinais de exaustão. O guia Ali Musthofa, no entanto, negou a acusação. Em entrevista, ele afirmou ter apenas sugerido que a brasileira descansasse por alguns minutos enquanto ele seguia um trecho adiante, com a intenção de reencontrá-la logo depois.

O guia prestou depoimento à polícia local no último domingo (22/6), após deixar a montanha.

Cronologia de um resgate marcado por dificuldades
Desde o momento da queda, o caso mobilizou não apenas as autoridades indonésias, mas também familiares e internautas que acompanharam a situação pelas redes sociais. Imagens captadas por drones de turistas chegaram a mostrar Juliana ainda com vida, sentada em uma encosta, no sábado (21/6). No domingo, socorristas voltaram a avistá-la, porém já sem sinais de movimento.

Os trabalhos de resgate foram interrompidos diversas vezes ao longo dos dias seguintes, principalmente devido ao mau tempo. Por questões de segurança, as equipes locais não realizavam buscas à noite.

Repercussão e críticas
A situação provocou comoção nas redes sociais, com mensagens de apoio à família e críticas à estrutura de atendimento emergencial oferecida no Monte Rinjani. A demora no resgate e a continuidade das atividades turísticas no parque durante o período também foram alvo de indignação.

Até o momento, o Parque Nacional do Monte Rinjani e as autoridades indonésias ainda não divulgaram um relatório oficial detalhando as circunstâncias do acidente e das ações de resgate.

O Ministério das Relações Exteriores informou que continuará prestando apoio à família de Juliana nas próximas etapas, incluindo os trâmites para a liberação e repatriação do corpo.

Foto: Internet

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