Justiça condena padrasto a 18 anos por matar criança autista; mãe também é responsabilizada por maus-tratos em Manaus

A Justiça do Amazonas condenou Henrique Coelho de Souza a 18 anos de prisão pelo homicídio triplamente qualificado de uma criança de 9 anos, diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A decisão foi emitida nesta terça-feira (17/11) pela 2ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus e encerra um dos casos mais graves de violência infantil registrados nos últimos anos no estado.

A mãe da vítima, Débora de Lima Tinoco, recebeu pena de três anos de reclusão por maus-tratos. Segundo a sentença, ambos tinham responsabilidade direta nas agressões que antecederam a morte da criança.

Os promotores de Justiça Marcelo Bitarães de Souza Barros e Thiago de Melo Roberto Freire representaram o Ministério Público do Amazonas (MPAM) durante o julgamento. A acusação sustentou que o crime foi praticado por motivo fútil, com extrema crueldade e sem possibilidade de defesa da vítima, argumentos aceitos pelo Tribunal do Júri.

A investigação revelou que o menino chegou ao Hospital e Pronto-Socorro da Criança da Zona Leste já sem vida, na noite de 29 de março de 2022, levado pela própria mãe. Relatos de familiares indicaram que a criança apresentava hematomas frequentes desde que passou a viver com o padrasto e a mãe. À época, quando perguntado sobre os ferimentos, o menino respondia apenas: “mamãe”.

Com a condenação, os réus permanecem à disposição da Justiça para o cumprimento das penas. A Polícia Civil e o MPAM consideram o caso encerrado, reforçando que as provas reunidas foram determinantes para responsabilizar os envolvidos.

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